sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

002 - Rever o básico.

Fontes de pesquisa:
剛柔流空手道教範・山口剛玄
GŌJŪRYŪ KARATEDŌ KYŌHAN de Yamaguchi Gōgen e
剛柔流空手道・全日本空手道連盟剛柔会
GŌJŪRYŪ KARATEDŌ da Japan Karatedō Federation Gōjūkai (JKF-Gōjūkai).

Portanto, qualquer dúvida ou interpretação divergente a respeito do Gōjūkai dever ser retirada com base nestas duas publicações.

A minha reticência quanto à JKF-Gōjūkai.

     No meu ponto de vista, quando Yamaguchi adaptou o Gōjūryū no Japão, indubitavelmente deixou visível a diferença entre os estilos praticados em Okinawa e no Japão. Esse fato é característicamente fácil de identificar: o Gōjūkai japonês caracteriza-se por movimentos mais retos, diretos e "duros", dando "bastante" ênfase ao aspecto "Gō" (força) do estilo, enquanto que o Gōjūryū de Okinawa caracteriza-se mais por movimentos mais circulares, "suaves", com o uso tecnicamente mais eficiente da força física. Os estilos, ao meu ver, representam tanto o GŌ 剛 (força) como o  JŪ  (flexibilidade/suavidade) no termo GŌJŪ.

     Quando a JKF tentou padronizar o Gōjūkai - estilo tipicamente "Japonês", fez com que este se parecesse mais com o Gōjūryū de Okinawa e eu acho que isso vai contra os ensinamentos do fundador do estilo, Yamaguchi Gōgen. (Nem vou entrar nos aspectos religiosos japoneses que Yamaguchi havia incorporado ao seu estilo.)

     Daí "eu" achar que a JKF não representa fidedignamente o Gōjūkai de Yamaguchi. Por outro lado, serve como fonte de pesquisa mas não reflete a natureza e essência deixadas por Yamaguchi. Misturar estilos e filosofias visivelmente diversos talvez não seja uma boa ideia, pois não se faz bem nem um nem outro.