"MARTIAL ARTS
(bujutsu). Also called bugei; now usually called budo or "the Martial Way." The japanese terms encompass such martial arts as kendo (fencing), judo, and kyudo (archery). The old expression bugei juhappan (the 18 martial arts) refers to the arts of archery, horsemanship, spearmanship (sojustsu), fencing, swimming, iai (sword drawing), the short sword, the truncheon (jitte), dagger throwing (shuriken), needle spitting, the halberd (naginata), gunnery, roping, yawara (present day Judo), ninjutsu (spying), the staff, mojiri (a staff with numerous barbs on one end), and the chained sickle (kusarigama). Karate is not considered one of the traditional japanese martial arts, although it is sometimes referred to as such outside of japan. In the EDO period (1600-1868), in addition to academic subjects, warriors were required to learn six martial arts: fencing, spearmanship, archery, horseback riding, jujutsu (now known as Judo), and fire arms. These six, together with military strategy, were called the seven martial arts. These were taught under the name bushido (the Way of the Warrior).
(bujutsu). Also called bugei; now usually called budo or "the Martial Way." The japanese terms encompass such martial arts as kendo (fencing), judo, and kyudo (archery). The old expression bugei juhappan (the 18 martial arts) refers to the arts of archery, horsemanship, spearmanship (sojustsu), fencing, swimming, iai (sword drawing), the short sword, the truncheon (jitte), dagger throwing (shuriken), needle spitting, the halberd (naginata), gunnery, roping, yawara (present day Judo), ninjutsu (spying), the staff, mojiri (a staff with numerous barbs on one end), and the chained sickle (kusarigama). Karate is not considered one of the traditional japanese martial arts, although it is sometimes referred to as such outside of japan. In the EDO period (1600-1868), in addition to academic subjects, warriors were required to learn six martial arts: fencing, spearmanship, archery, horseback riding, jujutsu (now known as Judo), and fire arms. These six, together with military strategy, were called the seven martial arts. These were taught under the name bushido (the Way of the Warrior).
After the Meiji Restoration (1868) the content of martial arts changed greatly, reflecting the fact that they were no longer meant to be used in combat and were no longer exclusive attainments of the warrior class. Reflection this new circunstance, bujutsu was replaced by the term budo, implying that one would be trained in spiritual principles rather than for combat.
(...)
After World War II, there was a need to modify certain views of the martial arts, and the enphasis from practical arts intended for national defense, to sports that stress harmony and universality."
(...)
After World War II, there was a need to modify certain views of the martial arts, and the enphasis from practical arts intended for national defense, to sports that stress harmony and universality."
In JAPAN - PROFILE OF A NATION
Published by KODANSHA INTERNATIONAL
1995 - Page 324
Published by KODANSHA INTERNATIONAL
1995 - Page 324
Passo a traduzir...
"ARTES MARCIAIS
(bujutsu 武術) Também chamado bugei 武芸, agora comumente chamado budô 武道 ou "A Via Marcial" ou "O Caminho Marcial" são termos japoneses que englobam artes marciais como o Kendô 剣道 (esgrima japonesa), Jûdô 柔道 e Kyûdô 弓道 (arco e flechas). A antiga expressão bugei jûhappan 武芸十八般 (as 18 artes marciais) referia-se às seguintes artes:
01. 弓術 Kyû-jutsu - arqueria ou tiro com arco,
02. 馬術 Ba-jutsu - a arte do cavalo, hipismo,
03. 槍術 Sô-jutsu - arte da lança,
04. 剣術 Ken-jutsu - a arte da esgrima japonesa,
05. 水蓮 Suiren - natação,
06. 居合術 Iaijutsu - arte de desembainhar a espada,
07. 短刀術 Tantô-jutsu - a arte da espada curta,
08. 十手術 Jitte-jutsu - a arte do bastão dos oficiais do governo,
09. 手裏剣術 Shuriken-jutsu - a arte do lançamento de adagas,
10. 吹き矢術 Fukiya-jutsu - a arte do sopro de agulhas / zarabatana,
11. 薙刀術 Naginata-jutsu - a arte da alabarda,
12. 鉄砲術 Teppô-jutsu - a arte das armas de fogo,
13. 捕縄術 Hojô-jutsu/Hobaku-jutsu - a arte de nós e amarrações,
14. 柔 Yawara - o Jûdô contemporâneo,
15. 忍術 Ninjutsu - arte da espionagem,
16. 棒術 Bô-jutsu - a arte do bastão,
17. 錑術 Mojiri - a arte do bastão com picos em uma das extremidades e
18. 鎖鎌術 Kusarigama-jutsu - a arte da foice com corrente.
O karate não é considerado uma das artes marciais tradicionais japonesas, apesar de algumas vezes ser referido como tal fora do Japão. No período Edo (1600-1868), em adição às matérias acadêmicas, eram exigidas aos guerreiros que aprendesse seis artes marciais: esgrima, lança, arqueria, hipismo, jûjutsu (agora conhecido como Jûdô) e armas de fogo. Estas seis juntas com Gunji-senryaku 軍事戦略 "a estratégia militar" eram chamadas "As sete artes marciais". Estas eram ensinadas sob o nome Bushidô 武士道 (A Via - ou Caminho - do Guerreiro).
Após a Restauração Meiji (Meiji Ishin 明治維新 - 1868) o conteúdo das artes marciais mudou enormemente, refletindo o fato de que elas não mais deveriam ser utilizadas em combate e que já não eram de treino exclusivo da classe guerreira. Refletindo esta nova circunstância, o Bujutsu 武術 foi substituido pelo termo Budô 武道, implicando que deveria ser treinado mais sob princípios espirituais do que para o combate.
(...)
Depois da Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de modificar certas visões das artes marciais e (mudar) a ênfase de artes práticas com objetivo de defesa nacional para desportos que conferem maior harmonia e universalidade.
Em JAPÃO - PERFIL DE UMA NAÇÃO.
Publicado pela editora KODANSHA INTERNATIONAL
1995 - Página 324.
Notas finais:
1. Isto são fatos históricos, portanto, quer muitos gostem ou não, não há como mudar a história do Japão para se adaptar às nossas conveniências a nível de ensino de artes marciais no ocidente. Posicionamentos caricatos, alienados, de ignorância histórica japonesa e afirmações do tipo "O meu estilo segue a tradição guerreira do antigo Japão" etc. definitivamente não refletem a realidade e tradição naturais das artes marciais que dignificam o Japão de ontem e de hoje. O respeito pela arte (marcial ou não) que se pratica também passa pela compreensão dos fatos históricos a ela ligados. A razão de o Karate não ser japonês exige - por parte de um certo tipo de instrutores desta arte - que tirem os seus traseiros do comodismo, desçam do pedestal de vaidade a que chamam graduações (DAN - cintos/faixas pretas) e humildemente ESTUDEM a arte que ensinam antes de difundirem disparates, tolices e ilusões que só na cabeça deles existem!
Uma sugestão: para iniciar, um estudo mais sério sobre a história de Ryûkyû (Okinawa) talvez não fosse uma má idéia para entender realmente o que é a tradição do Karate (?!).
2. Outra coisa que deve ficar bem clara é: por "princípios espirituais" entenda-se princípios espirituais japoneses para japoneses (porque eles têm o Shintô e o Budismo como guia filosófico-espiritual para os seus dia a dia) e não se aplica à civilização ocidental.
Instrutores mal informados que impingem uma treta religiosa no Karate deveriam parar com esta estupidez para o bem do próprio Karate... Pensando bem, nem chega a ser "treta religiosa no Karate", uma vez que não se vê nenhum monge com conhecimento efetivo e vivência religiosa a dar aulas - portanto - tais instrutores deveriam restringir-se ao que dominam e não inventem nada que não sejam capazes de fundamentar. Um DVD, um livro ou o Youtube não faz de ninguém um monge ou, pior, um samurai.
3. Assim sendo, o Karate deve ser praticado dentro do contexto no qual está inserido. Sem tretas, sem enganos, de forma honesta. Não precisa ser nenhum Albert Einstein para entender o que isso significa... principalmente deverá ter isto em mente quem for realmente um bom instrutor.
E nada mais tenho a dizer sobre este assunto.
Uma sugestão: para iniciar, um estudo mais sério sobre a história de Ryûkyû (Okinawa) talvez não fosse uma má idéia para entender realmente o que é a tradição do Karate (?!).
2. Outra coisa que deve ficar bem clara é: por "princípios espirituais" entenda-se princípios espirituais japoneses para japoneses (porque eles têm o Shintô e o Budismo como guia filosófico-espiritual para os seus dia a dia) e não se aplica à civilização ocidental.
Instrutores mal informados que impingem uma treta religiosa no Karate deveriam parar com esta estupidez para o bem do próprio Karate... Pensando bem, nem chega a ser "treta religiosa no Karate", uma vez que não se vê nenhum monge com conhecimento efetivo e vivência religiosa a dar aulas - portanto - tais instrutores deveriam restringir-se ao que dominam e não inventem nada que não sejam capazes de fundamentar. Um DVD, um livro ou o Youtube não faz de ninguém um monge ou, pior, um samurai.
3. Assim sendo, o Karate deve ser praticado dentro do contexto no qual está inserido. Sem tretas, sem enganos, de forma honesta. Não precisa ser nenhum Albert Einstein para entender o que isso significa... principalmente deverá ter isto em mente quem for realmente um bom instrutor.
E nada mais tenho a dizer sobre este assunto.
Então o que dizer do livro de Patrick McCarthy, "Bubishi"?
ResponderExcluirProcurando as origens do Karaté, McCarthy (1996) apresenta-nos quatro teorias para se explicar o aparecimento do Karate-Do. A primeira reclama que a tradição das lutas sem armas foram desenvolvidas pelos camponeses. A segunda afirma que as artes de luta de Okinawa foram primeiramente influenciadas pelas artes chinesas, que eram ensinadas pelas auto-designadas “36 famílias”, de imigrantes chineses que se estabeleceram na vila de Kume (também conhecida por Kuninda) no século XIV. A terceira teoria está ligada às 1507 armas banidas pelo rei Sho Shin, o que levou a uma necessidade aumentada para os ricos senhores feudais de meios efectivos de se defenderem a eles próprios e às suas propriedades. A quarta teoria afirma que as artes foram desenvolvidas, nos seus primórdios, por pessoal da segurança doméstica e para execução legal, pois não estava autorizado a usar armas depois da invasão de Okinawa em 1609 por Satsuma.
Ainda segundo McCarthy (id.), quando em 1933 o Dai Nippon Butokukai – organismo do governo nacional do Japão para as artes marciais – lançou o repto aos mestres de Karaté da altura a fim de que o então denominado Tode ou Karate-jutsu fosse reconhecido oficialmente no Japão, apresentou-lhes os seguintes critérios: desenvolvimento e implantação de um currículo de ensino unificado; adopção de um uniforme de prática estandardizado; criação de um padrão para avaliar com exactidão os vários graus de proficiência; a implementação do sistema de graduações dan-kyu de Jigoro Kano e o desenvolvimento de um formato competitivo seguro através do qual os participantes pudessem testar as suas técnicas e o seu espírito (McCarthy, id.). Pretendia-se assim não só organizar o ensino desta arte, mas também tornar a mesma pertença original do Japão, por força de um poder nacionalista combinado com um sentimento anti-chinês. Assim, foi também proposto que se substituísse o primeiro ideograma por um melhor, dado que o mesmo simbolizava a China, e que se abandonasse o sufixo jutsu substituindo-o pelo mais moderno do, tal como no Judo e no Kendo. Estamos cientes de que todo este processo pretendia preservar os ideais e o utilitarismo inicial desta denominada «arte marcial» mas a segunda guerra mundial vem terminar este ciclo da evolução do Karaté. Quando em 1945 o Japão se rende incondicionalmente às forças aliadas, a dissolução do Dai Nippon Butokukai faz com que o desenvolvimento unificado do Karaté fosse abandonado (McCarthy, id.).
Olá Inocentes Sensei.
ResponderExcluirAs citações apresentadas são bastante pertinentes, mas a realidade japonesa é um "pouquinho" diferente.
Nada à semelhança de McCarthy, não vou escrever um "livro", pois é um assunto que se pode resumir em "um par" de parágrafos.Além disso,já a seguir vou passar a bola para si, para que o senhor tire as suas próprias conclusões.
Vamos aos factos:
Facto - Japão invade Ryûkyû em 1609. Bem, era um ponto estratégico e com o poderio Satsuma naquela época, era realizável.
Facto - Japão - como força invasora - proíbe naturalmente a continuação do idioma de Ryûkyû, da cultura e artes nativas de Ryûkyû.
Passa a obrigar o povo nativo a se "tornar japonês".
Facto - O Japão resolve anexar Ryûkyû (agora já sob a designação "japonesa" de "Okinawa") em 1879.
Agora, Inocentes Sensei... vamos raciocinar juntos.
Sendo uma ilhota lá no meio do oceano, cuja a cultura foi suprimida à força, o senhor acredita - honestamente - que os japoneses tratam o povo e cultura de Okinawa como uma cultura igual?!
O senhor deve conhecer o Yamato-damashii (pois já fez um artigo a respeito)... acha que uma arte que vem "de lá daquelas ilhotas", pode ser uma arte tradicional do "Grande Japão"?
Vamos ver... A editora Kodansha é uma das maiores do Japão e é famosa pela seriedade que trata os seus trabalhos. Acha que ela apresentaria tal informação se ela não correspondesse ao pensamento japonês? Realmente, não é "nenhum McCarthy", mas eu estou mais inclinado à opinião de um nativo japonês do que de um Gaijin ("estrangeiro").
Nos dias de hoje, Okinawa é uma das prefeituras mais pobres do Japão. O tratamento - talvez por coincidência - continua diferenciado, passado estes anos todos.
Não se trata de "como" foi desenvolvido o Karate, mas ONDE este foi foi desenvolvido.
Todos nós sabemos das influências chinesas, das artes nativas etc.. Mas o assunto tabu é "como os japoneses vêem o Karate" e este sempre foi e sempre vai ser de Okinawa (Ryûkyû).
E é por isso que o Karate não foi, não é e acredito eu que nunca venha ser uma arte tradicional japonesa. Porque se trata de uma questão política e não de evolução de uma arte.
Não se pode negar,por outro lado, os louváveis esforços de todos os mestres de Okinawa em promover a arte, mas no Japão de hoje, o karate ainda é de Okinawa.
Inocentes sensei sabe qual é o problema disso tudo? É que nenhum instrutor se dá ao trabalho de verificar a história de Ryûkyû a partir da "invasão" japonesa (Isso mesmo! Não ter medo de falar com todas as letrinhas: I-N-V-A-S-Ã-O!). E por quê? Porque é muito mais fácil fechar aos olhos para alguns "detalhes históricos" quando estes estão a nosso favor do que arranjar controvérsia com as organizações "japonesas" que orientam o Karate dos dias de hoje.
(^_^) Yamamoto Tsunetomo tinha razão!
Basicamente coloque-se no lugar da força invasora que se considera superior e, a partir daí, vendo o que é escrito pela Kodansha (japonesa), tire as suas conclusões.
Jô.
Acredito, de forma muito particular, que todos os eventos mencionados tenham contribuído, a seu tempo, para o desenvolvimento da arte. McCarthy tem razão...
ResponderExcluirNão concordo com a existência, em origem, de um Karate-jutsu (!?)... isso, ao meu ver, vem junto com o pacote “História Inventada do Karate no Japão”... Tô-de => OK...
Para o “reconhecimento” do Karate no Japão a Dai Nippon Butokukai criou muitos “se isto”, “se aquilo”, acredito eu que com o objetivo que os mestres de Okinawa desistissem da idéia, mas para a surpresa geral... os mestres se sujeitaram a tais imposições. Sendo assim, onde lemos “reconhecimento” podíamos ler “putz, vamos ter que aceitar ‘isso aí’... porque os caras não estão complicando!”
Não concordo com uma suposta “apropriação” intencional do Karate por parte dos japoneses... acredito que o sentimento “anti-China” era (e é... embora velado) o mesmo sentimento “anti-Okinawa”... aliás podíamos resumir tudo isso em uma única “anti-‘não-japonês’”
Utopia... falar em um Karate unificado... Diz-se que Kenwa Mabuni também tinha este sonho... uma fato bem curioso, pois em contradição a esta idéia é o Shitô-ryû um dos estilos de Karate mais fragmentados que há nos dias de hoje...
Denis Andretta.
Denis. Existem assuntos dentro das Artes Marciais que são muito "delicados".
ResponderExcluirUm deles - entre outros - é a origem do Karate.
E por quê? Porque envolve política!
Até hoje o assunto "Okinawa" é muito delicado - mesmo nos meios diplomáticos... imagina se ía ser um ponto pacífico nas artes marciais.
Fechamos os olhos e a boca e... toca a andar!
"Os Ainu viveram neste lugar 100.000 anos antes da chegada das Crianças do Sol.
3.000 anos atrás a terra natal dos Ainu foi invadida pelas Crianças do Sol.
Os Ainu foram escravizados, mortos e expulsos da sua própria terra... finalmente encontrando um refúgio na ilha setentrional do Japão (Hokkaidō)."
Yukar Upopo - Lenda Ainu.
Basicamente, estamos para o desporto voltados e não para uma crise internacional.
Mas que não fiquem ilusões! Assim como qualquer coisa no universo, a cultura Japonesa tem o seu lado bom e o seu lado "menos bom".