* Duas pequenas observações sobre CARTAZES de Artes Marciais Japonesas. *
[Nota: Estas observações são apenas para os bons instrutores. (Porque também existem maus instrutores.)]
Um cartaz, um panfleto, um anúncio a respeito de um curso, estágio, festival, ação de formação... ou até mesmo promoção da própria escola, associação ou Federação de artes marciais japonesas SEMPRE reflete o maior ou menor grau de preocupação com a informação fundamentada e honesta das pessoas envolvidas na elaboração da informação escrita.
Alguém disse: "SE NÃO ESCREVES BEM O QUE FAZES, NÃO FAZES BEM O QUE ESCREVES!"
Nada é mais verdadeiro do que isto!
Vou, portanto, estabelecer dois pontos essenciais na elaboração de cartazes de Artes Marciais Japonesas para que os bons instrutores tenham um parâmetro válido de comparação e possam ajustar os seus cartazes para que fiquem o mais corretos possível.
1. AS PALAVRAS JAPONESAS DEVEM SER CORRETAMENTE "ACENTUADAS".
PERGUNTA: podemos escrever um livro, fazer um cartaz, criar uma obra gráfica (escrita) em PORTUGUÊS sem usar qualquer acento ou símbolo de nasalação (o til)?
RESPOSTA: sem dúvida alguma, podemos!
PERGUNTA: mas a obra estará correta?
RESPOSTA: Absolutamente, NÃO! Este trabalho, graficamente, estará completamente ERRADO!
A mesma ideia aplica-se ao idioma japonês. O idioma japonês usa vogais longas e vogais breves. Esta distinção é feita fácil e corretamente em JAPONÊS ESCRITO, contudo, em qualquer outro idioma, esta distinção é feita através de sistemas de transcrição fonéticos oficiais japoneses.
***De forma breve: não quer aprender os sistemas fonéticos oficiais? Então pergunte a quem sabe! Pois é preferível perguntar a apresentar um trabalho mal feito!
2. SAIBA O QUE ESTÁ A COLOCAR NO SEU TRABALHO!!
Pode parecer impensável ou até excessivamente exagerado, mas a realidade é que algumas escolas utilizam ideogramas e caracteres japoneses sem terem a menor ideia do que estão a utilizar nos seus livros, cartazes, revistas, "blogs", "vlogs", "sites" etc.
Acham que eu estou a ser exagerado?
Apesar de os ter guardado no meu computador, não os vou mostrar por uma questão de educação... mas eu tenho cartazes onde os elementos responsáveis pela elaboração e verificação de obras sobre artes marciais japonesas:
- usaram os ideogramas "inverno, verão, outono e primavera" para dar um "ar japonês" aos seus cartazes.
- escreveram num certificado uma determinada graduação de um indivíduo em Português e OUTRA graduação em Japonês!
- colocaram o nome de um estilo de Karate no cartaz quando o evento era a respeito de outro estilo!
- utilizaram ideogramas errados para o nome da arte a que se destinava o cartaz...
E assim por diante!
*** De forma breve: quer utilizar palavras escritas em Japonês no seu trabalho, mas não quer aprender os caracteres necessários? Então pergunte a quem sabe! Pois é preferível perguntar a apresentar um trabalho mal feito!
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Não adianta ficar ofendido com uma crítica negativa por um trabalho mal feito! O trabalho mal feito está mal feito! Não há voltas a dar... Aprenda o certo, faça o certo, ensine o certo.
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Voltamos - mais uma vez - ao "estado das coisas" no mundo marcial onde (repetidamente) deparamo-nos com a questão de falta de pesquisa e fundamentação da informação que é transmitida (ensinada).
PERGUNTA: quem é o responsável pela manutenção deste "estado" de má transmissão da informação?
Cabe a cada um - em particular - responder a esta questão, mas uma coisa é certa: "não fazer nada" também é ser conivente com mau ensino!