segunda-feira, 30 de setembro de 2013

119. Proposta indecente.

Quando estava por fazer vestibular para entrar na Universidade, aprendi uma regra bastante simples para ser aprovado no teste de redação (teste que derruba a maioria dos candidatos no acesso ao ensino superior).

A regra é assim: "o corpo de uma redação está dividido em 5 partes, ou sejam, I + + - C (ou também pode ser « I - - + C »)". 

A saber:

"I" = Introdução. [Não há dúvida que blá blá blá...]
"+" = Um ponto positivo sobre o assunto. [Pode-se afirmar que blá blá blá...]
"+" = Outro ponto positivo sobre o mesmo assunto. [Além disso, blá blá blá...]
"-" = Um ponto negativo sobre o assunto. [Por outro lado, blá blá blá...]
"C" = Conclusão. [Portanto (Desta forma), conclui-se que blá blá blá...]

Os pontos positivos podem ser negativos e vice versa.
(Além disso, não precisam de ser "dois" pontos positivos/negativos... podem ser tantos quantos forem necessários para expor a sua ideia.)

Vamos ao exemplo... 

[INTRODUÇÃO.] (Tudo que escrevi acima mais a frase seguinte.)
Alguém agora vai perguntar: "E o que este assunto tem isto a ver com artes marciais?"

[1º PONTO POSITIVO.]
A resposta é bastante simples: se notaram, o "corpo da redação" é composto de pontos POSITIVOS e NEGATIVOS (em maior e menor graus). Isto quer dizer que TODO ASSUNTO tem o seu lado positivo e o seu lado negativo, variando com a opinião de quem faz a redação.
Assim, caros amigos e praticantes de artes marciais, uma das formas de exporem as vossas opiniões sobre artes marciais seria levar em consideração esta regra simples de desenvolvimento de uma matéria, pois ela sempre irá apresentar os dois lados da questão abordada.

[2º PONTO POSITIVO.]
Além disso, este tipo de abordagem faz com que pontos distintos (bons e maus) sejam abordados de forma mais ou menos imparcial... o que aumenta a credibilidade do assunto apresentado.

[1º PONTO NEGATIVO]
Por outro lado, para aquelas pessoas que não estão acostumadas a fazer uma estruturação de uma matéria a respeito da arte marcial que pratica, inicialmente, poderão ter as seguintes reações: "Eu quero lá saber disso, o que eu sei, sei. Não preciso de procurar os dois lados (positivos e negativos) do que eu quero expor!", "Agora tenho de aprender redação para falar de artes marciais?", "Isto é uma perda de tempo!" e tantas outras coisas (pouco racionais) que só irão demonstrar a sua falta de preparo efetivo e fundamentação superficial a respeito do que está a apresentar. Isto fará com que a credibilidade e sustento da sua opinião pareçam enfraquecidos. E o que menos se quer, num debate, é que a nossa opinião seja questionável ou careça de reflexão.

[CONCLUSÃO.]
Portanto, o que eu proponho é que, se quisermos apresentar um assunto de forma sólida a respeito de uma ou mais artes marciais, devemos abordá-lo a partir de vários ângulos, sob vários aspectos, a fim de que a abrangência da nossa opinião possa atingir um maior universo de ouvintes ou leitores.
Isto, como se pode ver, é a "fundamentação" de um assunto, a busca de uma opinião sólida e, em última análise, é a fundamentação completamente válida de uma apresentação de ideias sobre as artes marciais.

押忍 OSU!

m( _  _ )m 

Nota: Eu fui o 1º lugar no ano em que fiz vestibular!

sábado, 28 de setembro de 2013

118. É fácil obter respostas?

Todo mundo sabe que o meu campo de batalha assenta sobre cada um tirar as suas dúvidas, questionar, perguntar e pesquisar porque mesmo que existam pessoas que sabem menos do que nós, também existem pessoas que sabem mais ou "bem mais" do que nós.
Imitar são os primeiros passos dos principiantes, mas "saber" é obrigação de quem ensina!
Para realmente "saber", mais cedo ou mais tarde vai ter de buscar informações sobre as quais ainda tem dúvidas, pois devemos aprender certo para ensinar o certo!
Mas o que ainda ninguém perguntou até hoje é o quão trabalhoso e difícil isso pode vir a ser! E esta dificuldade pode vir de quem, teoricamente, deveria ser o primeiro a ajudar na resolução das dúvidas.
Para posicionar este assunto, vou começar contando-vos sobre um caso que ocorreu comigo nesta semana (porque é melhor o "eu passei por isto" do que o "eu ouvi falar").
Todos nós sabemos - por experiência de vida - que só podemos cobrar dos outros aquilo que nós mesmos somos capazes de fazer e, portanto, eu não sou exceção.
 Nesta semana tive uma dúvida sobre alguns fatos históricos a respeito do Karate e como quem não sabe pergunta para quem sabe, anotei a minha dúvida no meu caderno de dúvidas e resolvi, então, entrar em contato com uma das pessoas mais conhecidas mundialmente a respeito de Karate (não vou citar nome por razões óbvias), autor de várias obras a respeito do assunto e grande conhecedor da historia do Karate.
Escrevi-lhe um e-mail com a minha questão... a resposta veio no dia seguinte e, basicamente, era esta: "Se pagares o valor X, envio-lhe a resposta que procuras."
Bem... Como vou dizer isto? (^_^) O que veio imediatamente à minha mente foi o seguinte: "será que apenas uma pessoa no planeta inteiro tem a resposta que eu procuro?" [1] e "eu preciso realmente dele ou posso continuar a procurar?"
Uma coisa é certa: se alguém sabe algo é porque teve persistência, esforçou-se o suficiente em procurar respostas, lutou para "aprender" e, consequentemente, "sabe" ou domina determinada matéria. Naturalmente tem todo o direito de (re)transmitir a informação do jeito que quiser (nem que seja cobrando para o fazer). Assim sendo, antes que alguém recrimine tal resposta, não é exatamente isto que se passa nos estágios e cursos onde pagamos pela informação? Nada de "dois pesos e duas medidas".
Mas, no meu caso, eu penso que se ele conseguiu a resposta que eu preciso, eu também posso conseguir... pode apenas levar mais tempo! (^_^) Mas eu não tenho pressa, por isso, vou continuar a mandar questões para todo mundo que eu julgue serem capazes de responder as minhas dúvidas.
Em se tratando da busca do conhecimento, nem todas as pessoas que têm as respostas às suas perguntas agem da mesma forma quando questionadas, umas têm interesse real em transmitir a informação correta e respondem imediatamente; existem aqueles que transmitem a informação correta apenas depois de muita relutância... como se fossem detentores dos "segredos mais secretos dos universo" (e, em alguns casos, isto até é real); existem aqueles que transmitem "meia informação", deixando a outra metade para que o outro demonstre empenho efetivo na busca de respostas, existem aqueles que tem interesses econômicos na partilha de informação etc.. 
Além destes, existe o outro lado da moeda, onde existem aqueles que não sabem coisa alguma ou estudaram apenas um pouquinho mais do que os demais, mas querem sempre transmitir alguma coisa. Estes são fáceis de detectar! (^_^)
Consequentemente, para atingirmos o nosso objetivo, isto é, a busca por respostas às nossas dúvidas e consequente conhecimento efetivo, além do esforço real, é necessária uma certa dose de paciência, insistência e, em alguns casos, teimosia a fim de que as respostas às nossas questões nos sejam reveladas... Isto parece "quase" uma demanda Zen! (^_^) Paciência, muuuuuuuuuuita paciência!
Portanto, lembrem-se: tenham um "caderno de dúvidas", a fim de que nunca se esqueçam no dia seguinte de uma dúvida que ficou para trás e NUNCA tenham medo de perguntar... o que pode acontecer de pior é ficarem na mesma situação que estavam antes da pergunta, ou seja, naquele "estado de questionamento"! (^_^)

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[1] O direito à indignação. Na sociedade atual onde as regras comportamentais são, até certo ponto, bastante "convenientes" apenas para um pequeno e determinado segmento social, parece-me que o direito à indignação deve ser suprimido. Eu não penso assim!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

114. UVAS #13 - Estágios.


A ideia por trás de um estágio e promover o contato entre uma figura com maior conhecimento com os participantes, em geral, com menor conhecimento. 

Se isto é verdadeiro, qual é a ideia em isolar o preletor fazendo com que o tempo perdido no isolamento fosse mais útil na eliminação de dúvidas?

Como eu sempre levava o meu caderno de dúvidas para os estágios que participava, sair de lá sem ter as minhas dúvidas esclarecidas fazia com que eu sentisse que tinha atirado dinheiro fora... e isso é bastante frustrante.

Como eu disse, com alguns dias de antecedência, agrupar todas as dúvidas das escolas e maximizar o tempo do estágio a responder estas dúvidas faria com que o aproveitamento dos participantes também fosse maximizado.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

113. UVAS #12 - Filosofias do Jūdō.


112. UVAS #11 - Karate Olímpico... qual futuro?


111. UVAS #10 - História e estórias!


110. UVAS #09 - Etiqueta exagerada!


109. UVAS #08 - O "Tradicional"!


108. UVAS #07 - Pacifismo tem limites!


107. UVAS #06 - Zazen e Mokusō (mais uma vez)!


106. UVAS #05 - Cores das faixas...


105. UVAS #04 - Copy & Paste!


104. UVAS #03 - Mais desculpas!


103. UVAS #02 - Desculpas!


102. UVAS #01 - O Budō.


ESTOU DE VOLTA (para alegria de uns e desespero de outros)!

Voltando à carga, como sempre, vamos acertar uns pontinhos (nada de novidade)!

Inúmeros são os instrutores que publicam livros, abrem "sites" e "blogs" na internet, mas raros são aqueles que se preocupam em pesquisar alguma coisa! E quando não têm argumentação válida para os disparates que estão a dizer, ficam a "choramingar" pela "net" a fim de que alguém sinta pena deles... Isso é patético!

Toda esta situação constrangedora poderia ser facilmente evitada se, ao invés de ficarem a se lamentar e a mandar bocas sobre o que eu escrevo (sem pesquisar coisa alguma ou apresentar fundamentação válida), pesquisassem e apresentassem uma argumentação de forma racional.

Aprendam certo, ensinem certo!

Além disso, eu SEMPRE digo que não tomem o que eu escrevo à risca... pesquisem e verifiquem se o que digo é ou não válido! Mas eu sei que estes "instrutores" não vão pesquisar ou tentar contrapor uma argumentação minimamente inteligente! Por quê? Porque é muito mais fácil ficar com "fofocas", "bocas", "choramingos", "lavação de roupa suja" do que estudar, né?  (^_^)

Portanto, para estes instrutores em particular - que veem o Budō como "Uvas a serem vendidas" - deixo apenas a lembrança de que há muito a ser estudado e não devemos ficar perdendo tempo com lamentações e desculpas medíocres para validar a informação errada que se está a transmitir.

Todos reclamam do estado das coisas no mundo marcial, mas, na verdade, a esmagadora maioria dos instrutores são os alicerces deste descalabro que chamamos "ensino" das Artes Marciais Japonesas. (Naturalmente, há exceções!)

Aos bons instrutores e àqueles que se interessam por apresentar uma informação o mais correta possível, deixo a certeza de que o caminho é difícil (não só o treino, a pesquisa e o estudo), mas uma porção de "calhaus" que irão - a todo custo - tentar impedir o vosso avanço no caminho que escolheram trilhar!

Mas o que seria do KARATEKA sem luta? (^_^)

頑張って!
Ganbatte!
Força!
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*** ENCERRANDO OUTRO ASSUNTO PENDENTE. ***

Um dos assunto que eu me recuso a falar é a transcrição correta da palavra OSU. Isso já foi fundamentado e os defensores da grafia errada do "OSS" ainda não conseguiram demonstrar que eu estou errado. Portanto, isso é um assunto morto e enterrado!

Mas hoje quero encerrar mais um assunto que ainda está meio "atravessado"...

Então, vamos a isto!

Não é surpresa para ninguém que a minha forma de escrita é direta, sem "palavrinhas lindinhas" (que na maioria dos casos são "falsa humildade" a fim de angariar simpatia para quem as profere... E eu não preciso disso!). 

Também não é novidade alguma que não me importa absolutamente nada se há pessoas que não gostam da minha forma de expressão. Bem... É a vida!

Mas deixem que eu vos conte um caso interessante, para comprovar alguns pontos interessantes sobre o ser humano e a sua hipocrisia. O mesmo ser humano que depois vem pregar moral de cuecas!

Há um tempo atrás, uma instrutora (não vou citar nome nem estilo, porque não vale nem a pena citar quem é), perguntou-me se eu poderia ajudar a resolver o problema que o pai dela tinha a nível de escrita de cartas para o Japão e se havia uma maneira de ele poder fazer isto de forma mais fácil. Como é meu costume, indiquei-lhe o JWP (Japanese Word Processor) que é um programa gratuito e que resolveria o problema do pai dela.

Para minha surpresa, uns dias mais tarde, ela encerra a amizade comigo, sem nada dizer e começa a mandar "bocas" e a falar muito mal de mim... (Não que isso me importe alguma coisa (^_^) pois ela é mais uma que está a tentar manter o Karate na idade das trevas!)

Agora vamos lá aos fatos:

1. Na minha terra, a esse tipo de atitude chama-se "mau caráter", "falsidade", "duas caras", uma vez que até resolver o problema do pai dela, ela aparentemente era minha "amiga"...

2. Se ela seguisse a tradição dos seus antepassados japoneses teria a ideia do que "honra", "verdade", "retidão de atitude", "honestidade" e "Giri" significam... coisa que comprovadamente não é o caso! 

Isto só confirma a 100% o que eu venho dizendo já há alguns anos: não é por ter "cara" de japonês, por ser "descendente" de japonês ou mesmo por "ser" japonês que uma pessoa sabe e vive a tradição e cultura japonesa antigas!

Querem uma prova disto? Quantos de nós nunca entraram num "centro de tradições" dos nossos países? 

O mesmo acontece com japoneses... nem todos estudam ou vivem a cultura nipônica!

Estas atitudes vis, baixas, falsas e desonestas já haviam sido indicadas como existindo no povo japonês por Yamamoto na obra Hagakure (^_~) no século XVII e, portanto, não são novidades no próprio Japão! 

Tenham certeza também que há muito japonês "armado" em "mestre" apenas por causa da aparência! 

Nem todo Chinês sabe Kung-Fu! (^_^)

Sem ter necessidade de um grande esforço mental, pode-se afirmar com certeza que, como em qualquer lugar do planeta, há pessoas boas, há pessoas más e há pessoas falsas (que são as piores)!

3. Mesmo com a minha forma de expressão um tanto "bruta", "tosca" (e que irá continuar a ser como é), nunca houve NINGUÉM que tenha pedido a minha ajuda (até mesmo esta criatura desprezível) e que eu não tenha ajudado. (Pode ter acontecido, por outro lado, de pedirem a minha ajuda e não quererem se esforçar para obterem a resposta que procuravam... mas isso já é outra história!)

Portanto, meus amigos, antes de mandarem as suas "boquinhas", lembrem-se que ainda não me viram ser falso seja com quem for

E é desta forma que eu considero este assunto encerrado para todo o sempre! (^_^)